sexta-feira, 23 de março de 2007

As primeiras civilizações - prévia

O que é uma civilização? Há uma boa discussão acerca dos elementos necessários que a constituem, mas enquanto a passagem de um mero agrupamento de seres humanos para a existência de cidades complexas é razoavelmente difícil de definir, considera-se tradicionalmente que a civilização tal como chamamos hoje surgiu de maneira quase simultânea em três regiões do mundo. Duas dessas regiões seriam no vale do rio Indo, hoje fronteiriço à Índia e na no vale e delta do rio Nilo. Mas é num terceiro lugar que se costuma atribuir o berço da civilização; na região árida do Oriente Médio que é banhada por dois rios importantíssimos: o Tigre e o Eufrates. Essas duas últimas áreas correspondem à chamada crescente fértil; pois quando destacadas juntas num mapa, lembram o desenho de uma lua crescente.


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As primeiras civilizações

O que é uma civilização? Há uma boa discussão acerca dos elementos necessários que a constituem, mas enquanto a passagem de um mero agrupamento de seres humanos para a existência de cidades complexas é razoavelmente difícil de definir, considera-se tradicionalmente que a civilização tal como chamamos hoje surgiu de maneira quase simultânea em três regiões do mundo. Duas dessas regiões seriam no vale do rio Indo, hoje fronteiriço à Índia e na no vale e delta do rio Nilo. Mas é num terceiro lugar que se costuma atribuir o berço da civilização; na região árida do Oriente Médio que é banhada por dois rios importantíssimos: o Tigre e o Eufrates. Essas duas últimas áreas correspondem à chamada crescente fértil; pois quando destacadas juntas num mapa, lembram o desenho de uma lua crescente.

Em sentido estrito, a região entre esses dois rios que deságuam no Golfo Pérsico é chamada de Mesopotâmia (palavra que vem do grego e significa “entre rios”). Num sentido mais lato, que normalmente é utilizado nos estudos históricos, a Mesopotâmia compreende toda a área em que, devido a esses rios, estabeleceram-se cidades e impérios do mundo antigo.

Rigorosamente, é complicado falar em uma “civilização mesopotâmica”. Isso porque a formação dos agrupamentos humanos, embora não fosse isolada, possuía um caráter bastante autônomo. Assim, não havia um Estado unificado como logo depois haveria, por exemplo, no Egito. O que primeiramente aconteceu nas planícies fluviais foi a consolidação de cidades-estado (cidades autônomas politicamente), as quais, posterior e eventualmente, através de conflitos e alianças entre si, formaram potências cada vez maiores até constituírem os impérios que viraram ícones da Mesopotâmia àquela época.

1. Os primeiros povos. Sumérios e Acadianos.

O primeiro grupo humano civilizatório da Mesopotâmia surgiu numa pequena faixa de terra localizada ao sul, na foz dos rios Tigre e Eufrates – o que é curioso, já que se acredita que o avanço humano na região começou com instalações no norte das planícies. Após o lento e contínuo desenvolvimento desses pequenos agrupamentos humanos (que já dominavam a cerâmica, a panificação e a roda, por exemplo), vemos surgir incipientes, mas verdadeiras cidades na Suméria – nome dado a essa pequena área.

Dos muitos grupos que habitaram a Mesopotâmia, os sumérios são os mais misteriosos deles. Enquanto a maioria dos povos que perambularam pela região era de origem semita, não se faz idéia das origens dos sumérios; o que há de registros de sua língua simplesmente não se relaciona com nenhuma outra conhecida. Ainda assim, foram grupos sumérios que primeiramente se estabeleceram em estruturas hoje reconhecidas como verdadeiras cidades.

Agricultura e sedentarização

Para entender como surgiram essas primeiras cidades, sementes da civilização, é preciso ver atentamente que esse fenômeno só aconteceu graças ao processo gradual de sedentarização que ocorria na Mesopotâmia. Por sua vez, os povos que deixavam de ser nômades só poderiam fazê-lo graças ao domínio das técnicas de agricultura. Foi por cerca de 8000 a.C., em Samarra, às margens do rio Tigre, ao norte da Suméria, que primeiramente temos o uso eficaz do cultivo de cereais, estendido depois para toda a região. Mas as primeiras cidades sumérias passaram a existir efetivamente por cerca de 3500 a.C. Como podemos ver, nada aconteceu da noite para o dia.

Mas por que tudo isso aconteceu exatamente na Mesopotâmia? E mais: poucos tempo depois das primeiras cidades se estabelecerem por lá, veríamos o mesmo fenômeno no Egito e na Índia, às beiras dos rios Nilo e Indo. Tudo isso não é mera coincidência. A agricultura e a subseqüente sedentarização aconteceram exatamente nesses locais porque – segundo a teoria mais aceita – além da relativa proximidade com o ponto de partida das migrações humanas (a África), esses lugares contavam com um facilitador natural: os rios. Todos esses rios dos quais falamos (Tigre, Eufrates, Nilo, Indo) são rios de grande porte que trazem consigo muitos nutrientes acumulados no longo caminho. Ao inundarem as margens na época das cheias, depositam sobre elas grande quantidade de húmus, fertilizando o solo que depois é utilizado com enorme sucesso na agricultura. Não por acaso, tempos depois veremos surgir civilizações também às margens dos rios Ganges, Amarelo e Azul – estes dois últimos responsáveis pela aurora da civilização chinesa. É por isso que tais civilizações são chamadas de civilizações de regadio, ou civilizações hidráulicas, pois dependeram fundamentalmente dos rios para existir.

O surgimento do Estado

Entretanto, a disposição dos rios e dos povos não foram os únicos fatores criadores das primeiras civilizações. Devemos levar em conta as adversidades naturais também. A aplicação da agricultura, fosse na Mesopotâmia ou no Egito, na Índia ou na China, exigia um trabalhoso esforço contínuo. O clima seco, as terras áridas, desertos e montanhas para todos os lados... todas essas condições faziam com que a simples cheia dos rios não fosse o bastante para garantir a sobrevivência dos primeiros povos agricultores. Era necessário otimizar o uso do solo para obter uma maior e mais segura produção de alimentos. Canais de irrigação foram inventados a fim de estender a área agricultável para além das margens. Para impedir a destruição de lavouras pela força das enchentes, construíram-se diques. E assim construía-se toda a estrutura necessária para aproveitar melhor os recursos fluviais. A tecnologia de tal aproveitamento mostrou-se vital não só para a sobrevivência em face da natureza, mas subseqüentemente, para a sobrevivência frente ameaças estrangeiras – pois quanto maior a produtividade, melhor se pode manter um exército, por exemplo.

Embora na Mesopotâmia os sumérios soubessem e aprimorassem, com o tempo, as técnicas de pastoreio e da domesticação da cabra, da ovelha e do porco, além da utilização de bois e burros, esse extrativismo animal – mesmo somado à pesca e à caça de gazelas e aves – era insuficiente para prover uma subsistência segura. O mesmo valia para outros povos num estágio civilizatório semelhante; todos eles tinham na agricultura a base firme de sua alimentação. Assim, o imenso trabalho para dominar a natureza logo mostrou a necessidade da criação de uma estrutura organizada de mão-de-obra. Havia quem cultivasse os grãos, quem construísse os diques, os canais, quem contabilizava os ganhos e as perdas, quem administrava os celeiros e armazéns, quem cuidava da manutenção das obras, dos restauros, et cetera. Temos, com isso, o surgimento do Estado, para o controle do uso das terras. O trabalho nelas era, por sua vez, compulsório; os camponeses recebiam concessões do governo para o uso das terras, devendo entregar parte de sua colheita a título de tributo. Essas organizações ajudariam a compor o caráter hierárquico e complexo das vindouras cidades.

A importância da religião

Os primeiros povos, e os sumérios entre eles, embora dominassem técnicas de agricultura, não viam o nascer e crescer das lavouras como um processo meramente natural. Para eles, tudo dependia, fundamentalmente, da benevolência divina. Na verdade, as chuvas, as cheias, a fertilidade do rio, a fartura da colheita; tudo era um presente dos deuses que, em sua imaginação, eram a interpretação do seu próprio mundo. E era de suma importância manter as boas relações entre humanos e deuses para que sempre houvesse grãos nos celeiros. Os sacerdotes então eram homens de destaque entre os antigos. E se o Estado era quem controlava o uso das terras, é natural que ele fosse composto também por esses mesmos sacerdotes, afinal, tanto a religião como a agricultura eram questões de sobrevivência. O governo, portanto, não era laico, mas sim teocrático, e, falando-se dos sumérios e mesopotâmicos em geral, é possível dizer inclusive que os próprios reis eram ao mesmo tempo sacerdotes.

Os governantes

Ao falarmos em “rei” no contexto da Mesopotâmia, devemos lembrar que, no geral, não houve um único Estado por lá, de forma que não podemos falar em um “rei da Mesopotâmia” a não ser em caráter efêmero, quando tratamos dos governantes dos impérios que conseguiram dominar toda a região, mas que se esfacelaram depois. Mesmo entre os sumérios, a lógica permanece, pois embora fossem um povo com cultura comum, eles estabeleceram cidades-Estado autônomas entre si, sem constituir, como no Egito, um país unificado. Conforme tais cidades iam desenvolvendo-se, eventualmente tentavam dominar umas às outras, mas também esses domínios eram efêmeros.

Os reis da Suméria eram, portanto, governantes de cidades independentes. Mas a principal característica deles, diferente da imagem que temos de um rei medieval, é que os governantes sumérios (bem como a grande maioria dos povos que irão habitar a Mesopotâmia) não eram apenas chefes da administração da cidade. Também acumulavam funções religiosas de maior destaque, e em verdade era isso que legitimava seu poder sobre os súditos: os reis são considerados ou filhos de deuses ou representantes dos mesmos. Constantemente são mostrados recebendo o poder diretamente dos deuses patronos da cidade. A proteção dela, aliás, deveria ser capitaneada por eles também. Ou seja, a um só passo, os reis eram chefes administrativos, religiosos e militares.

As cidades

Com o tempo, pelo menos quinze cidades de porte grande para a época surgiriam sob o brilho da cultura suméria. Ur, Uruk (que chegou a abrigar 24.000 pessoas), Lagash, Eridu, Nippur, Kish são algumas das mais relevantes. É importante atentar para o fato de que as cidades de lá eram consideradas moradas dos deuses, sendo todas elas construídas ao redor do templo do deus-patrono delas. Ou seja, a crença religiosa dos sumérios e dos mesopotâmicos em geral oscila entre um politeísmo e um henoteísmo, que nada mais é do que a prestação de um culto a um deus sem que se negue a existência de outros. O rei-sacerdote, no caso, receberia seu poder de governo da cidade diretamente do deus morador dali.

A escrita

Assim, temos que as cidades são unidades político-administrativas, independentes a princípio, que possuem um complexo esquema de divisão do trabalho e aproveitamento da terra. Em torno dessa economia, os sumérios puderam impor a sua força na Mesopotâmia e inclusive criar ricas rotas comerciais do Mediterrâneo até o rio Indo. O comércio, aliás, foi de fundamental importância para o desenvolvimento da Mesopotâmia, que era uma área pobre em diversos recursos naturais, como a madeira. Pela necessidade de controlar a produção dos bens tanto com fins de abastecimento próprio como para fins comerciais, os sumérios desenvolveram o primeiro sistema de escrita completo que se conhece com segurança. Em outras palavras, a História teria início nesse ponto. A característica desse esquema é o recurso freqüente a símbolos em forma de cunha, o que dá o nome de escrita cuneiforme. Essa escrita permaneceu viva até mesmo depois da queda dos sumérios, sendo utilizada pelos povos seguintes como língua acadêmica, à semelhança do latim nas universidades medievais.

O zigurate

Ainda sobre as cidades, as principais e mais impressionantes construções eram os zigurates, torres-templo feitos de terraços superpostos que lembravam pirâmides. Eram feitos principalmente de barro, que era o material abundante para todas as construções, já que a Mesopotâmia tinha poucas árvores. Se a cidade era a morada do deus protetor, o zigurate era sua própria casa – embora fosse um templo, não era utilizado para cerimônias públicas ou qualquer coisa do gênero. Apenas sacerdotes iniciados poderiam entrar lá, sendo sua responsabilidade cuidar de todos os rituais para a boa relação entre humanos e deuses.

Os muros e o militarismo

Para defenderem-se dos constantes ataques de povos ainda nômades ou seminômades, os sumérios desenvolveram também uma excelente técnica de levantamento de muros protetores nas suas cidades. As constantes guerras entre as cidades-estado também levaram-nos a um considerável desenvolvimento de tecnologia militar. Empenhavam-se em sitiar as cidades como forma de anular o efeito defensivo dos muros. Seus exércitos teriam sido os primeiros a utilizar as formações divididas entre infantaria, cavalaria e arqueiros. Há inclusive estelas que mostram a formação de falanges na infantaria; tal formação, que requer muita disciplina, sugere que possivelmente tenha havido soldados profissionais entre os sumérios. Por fim, graças ao domínio da roda, eles foram os primeiros a utilizar carros de combate atrelados a animais de tiro.

História

Os sumérios constituíram seus primeiros estabelecimentos na região próxima à foz dos rios Tigre e Eufrates (que àquela época era mais recuada no continente) por volta de 5300 a.C., ou seja, há mais de sete mil anos. Após esse período, a produção de grãos aumentou, possibilitando a intensificação das relações comerciais e do influxo de bens principalmente sob influência da cidade de Uruk. Por essa época começou-se a utilizar trabalho escravo daqueles capturados às periferias das cidades, que começaram a competir entre si por influência local. Isso abriu caminho para o período dinástico, no qual as cidades efetivamente guerreavam ou se aliavam para garantir seu poder na Mesopotâmia. A partir de então, a influência de algumas cidades sobre as outras e as eventuais amplas áreas de influência passaram a constituir efêmeros reinos e impérios. Mas todas elas sucumbiram à força da cidade de Acad, ou Akkad, por volta de 2400 a.C.

Sargon ou Sargão foi o grande rei dos acádios ou acadianos, um povo de origem distinta dos sumérios; os semitas. Embora as culturas suméria e semita se interinfluenciassem, percebe-se neste momento histórico uma espécie de conflito entre ambas. A língua semítica acadiana, no entanto, a partir do domínio de Sargon sobre toda a Mesopotâmia iria marcar o declínio da língua suméria, que não sobreviveu por muito tempo mesmo com a breve Renascença Suméria que viria logo após a queda do Império Acadiano.

Com a queda das forças de Acad pelas mãos de outros povos, governantes sumérios eventualmente promoveram o que é chamado de Renascimento Sumério, que foi uma promoção das artes e cultura tradicionais. Mas a cultura suméria não pôde sobreviver aos castigos da natureza. Depois de dois milênios apoiados num modo de vida dependente das terras férteis irrigadas pelo Tigre e Eufrates, os sumérios não conseguiram lidar com o fenômeno do aumento da salinização do solo, que condenou as colheitas. Por volta de 2000 a.C., as grandiosas cidades de outrora da região de Sumer aos poucos sofreram decréscimo populacional e o declínio econômico crônico enfraqueceu-as a tal ponto que não tiveram chances de resistir às constantes invasões, até ficarem sob o jugo da ascendente Babilônia de Hamurábi por volta de 1800 a.C..

Legado

Os sumérios são considerados os inventores da roda, que teria surgido dos equipamentos de confecção de cerâmica. Das olarias, a roda teria sido usada em carros e moinhos. É importante lembrar, no entanto, que embora os sumérios tenham sido os primeiros a usar a roda, outros povos podem ter concebido a mesma idéia tempos depois.

O belicismo dos sumérios, que não deixa de ser típico dos mesopotâmicos em geral, criou, como se viu, o esboço dos exércitos (cavalaria, infantaria e arqueiros, carros puxados por animais) que só mudaria com o advento da pólvora na Idade Moderna e dos carros motorizados e tanques no século XX.

Também figuraram entre os primeiros povos com desenvolvida astronomia. Impressionantemente, o trabalho de seus observadores foi capaz de estabelecer uma concepção celeste heliocêntrica, que na Europa, ainda no século XVII depois de Cristo, estava em descrédito. Conheciam também todos os planetas visíveis a olho nu (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno).

A organização estatal também conheceu suas primeiras formas com os sumérios. Eles implantaram uma classe burocrática capaz de administrar os bens do Estado, bem como registraram feitos e transações comerciais. Aliás, é graças à organização estatal que temos o maior legado dos sumérios: a escrita. Tal como a roda, o fato de serem pioneiros não significa que tenham sido os únicos a descobrirem tal técnica, mas a escrita ajudou a consolidar técnicas de contabilidade e matemática essenciais para o comércio e medida de terras, e disso temos um sistema duplo de numeração: o de base 6 e o de base 10. O sistema de base 6 seria depois incorporado pelos babilônios e, a partir deles, espalharia-se pelo mundo a medida do minuto em 60 segundos, a hora em 60 minutos, o dia em 24 horas, o ano em 12 meses – todas essas medidas ainda em uso. Outro elemento incorporado pela babilônia foi a codificação de leis: o famoso Código de Hamurábi, feito logo após a ascensão babilônica, é resultado de influência direta de codificações sumérias.

Conclusão

A civilização suméria, por sua influência milenar, foi a base de todas as outras civilizações que lhe sobrevieram na Mesopotâmia. Civilizações de regadio, com governos teocráticos, que controlavam as terras e impunham trabalho compulsório: quatro características presentes nos sumérios que se manteriam reais para todos os seus sucessores mesopotâmicos.

Entender os sumérios significa entender não somente sua cultura singular enquanto povo, mas suas relações com outros povos na mesopotâmia, em especial os povos de origem semita. As relações entre esses povos plantaram a semente de um mundo que resistiria por mais de quatro milênios e encantaria Alexandre da Macedônia. Entender os sumérios significa entender por complementaridade os outros povos vizinhos seus, com quem eles perfaziam uma miríade cultural jacente no que hoje chamamos de “berço da civilização”.

2. Os Babilônios e Assírios

O registro mais antigo que se tem da cidade da Babilônia consta de um documento da época de Sargon, rei do Império Acadiano que dominou a Mesopotâmia por volta do século XXIV a.C. Com a queda da influência suméria e às constantes invasões de povos nômades, a Babilônia conseguiu sua independência por volta de 2000 a.C., mas não passou de uma cidade com pouca influência local até o século XVIII a.C., quando Hamurábi fez dela a capital de um esplendoroso império.

O Código de Hamurábi

Dos feitos de Hamurábi, no entanto, o mais famoso é a confecção de um código de leis, chamado de Código de Hamurábi, que chegou até os nossos dias, num monolito cônico de 2,25m de altura. Dos registros de leis escritas, ou codificadas, que chegaram até nós, este é o mais antigo, embora se saiba que possua forte influência das codificações sumérias – as quais foram todas perdidas.

A característica principal do Código de Hamurábi é a chamada Lei de Talião, a mesma do “olho por olho, dente por dente”. O monolito mostra no topo uma imagem de Hamurábi recebendo as leis de Shamash, o deus do sol e da justiça “para proclamar o direito no país / para eliminar o mau e o perverso / para que o forte não oprima o fraco”.

As considerações que fizemos ao tratar dos sumérios e acadianos valem em sua maioria para os babilônios, afinal eles são seus herdeiros diretos. Também dependiam da agricultura e do comércio de forma basilar, também capturavam escravos entre os vencidos, também muravam suas cidades, também lutavam pela hegemonia na Mesopotâmia.

O Primeiro Império Babilônico

Esse primeiro período de predominância babilônica é chamado de Antigo ou Primeiro Império Babilônico por alguns historiadores. Tal período findou em 1595 a.C., com a ascensão dos hititas, povo que vivia a oeste da Mesopotâmia, pioneiro no uso do ferro como arma, que aterrorizou a maioria dos povos dali, chegando inclusive a guerrear com o milenar Egito. Os quatro séculos seguintes testemunharam a retomada da prosperidade da Babilônia, até que ela sucumbiu ao poderio Assírio.

O Império Assírio

Os assírios são provenientes da cidade de Assur, mas sua capital mais famosa foi Nínive. Assim como os babilônicos e muitos outros, os assírios sofreram revezes e cultivaram glórias antes de partirem para a disputa de toda a Mesopotâmia. Assur, a primeira capital, também já havia sido conquistada e conquistado influências locais, e os registros de seus primeiros líderes datam de 2000 a.C. aproximadamente. Entretanto, foi a partir do século X a.C. que, apoiados num exército de enorme eficácia, os reis assírios iniciaram uma vigorosa e efetiva expansão territorial que dominaria a Mesopotâmia inteira e alcançando o Egito. Foi o maior império já visto nas redondezas do Tigre e do Eufrates até então.

Senaqueribe, Assurbanipal e Sargão II foram alguns dos reis mais famosos dentre os assírios, conhecidos pelo trato extremamente cruel dos prisioneiros e vencidos. Em verdade, o domínio assírio era baseado principalmente no terror e na violência. Embora sob o comando de Assurbanipal o Império Assírio tenha conhecido seu auge tanto militarmente quanto culturalmente (por volta de 650 a.C.), ele não foi capaz de conter as sucessivas revoltas dos povos oprimidos, que culminaram numa aliança liderada pela Babilônia. Esse combate terminou por destruir Nínive em 612 a.C., sepultando a dominação assíria e abrindo caminho para o Segundo Império Babilônico.

O Segundo Império Babilônico ou Império Caldeu

Nabopolassar foi o rei babilônico responsável pela reconquista da independência babilônica das mãos assírias – o que de quebra restaurou a independência de muitas outras cidades e reinos. Mas foi sob o reino de Nabucodonosor que o esplendor babilônico viraria lenda. A arquitetura deste período é usada até hoje como referência imagética dos povos da Mesopotâmia – os famosos Jardins Suspensos, uma das sete maravilhas do mundo antigo, teriam sido construídos por essa época. A bíblica Torre de Babel, seria, aliás, referência aos zigurates babilônicos, usados por eles também como torres de observação astronômica. A propósito, foi também Nabucodonosor que conquistou o remanescente reino de Judá, deportando os hebreus para Babilônia, iniciando com isso o que é descrito na Bíblia como “Cativeiro da Babilônia”.

Embora a Babilônia aqui reluzisse como a mais bela cidade da Mesopotâmia, sua autonomia não durou muito. Ciro, o grande rei persa, conquistou a cidade em 539 a.C..

3. Outros povos: Hebreus, Fenícios, Hititas, Lídios

Hebreus

Os hebreus são um povo de origem semita que teria se estabelecido na Palestina, ou mais precisamente, em Canaã, que corresponde mais ou menos às cercanias da bacia do rio Jordão – uma área com recursos hídricos e vegetais incomuns nas redondezas desérticas. Afora isso, a região era um liame estratégico entre o Egito, a Mesopotâmia e a Ásia Menor. Por essas razões, a área era disputada por diversos povos antes mesmo dos primeiros hebreus tentarem se estabelecer por lá.

Sociedade e economia

A sociedade hebraica era fortemente patriarcal. Suas leis eram baseadas no costume e na forte religiosidade que marcaria o futuro desse povo. Curiosamente, eram polígamos e politeístas a princípio. Ainda eram seminômades, vivendo basicamente do pastoreio e do extrativismo vegetal, já que suas técnicas agrícolas não eram tão avançadas (ou nem poderiam ser, já que seus recursos naturais eram muito modestos) quanto as de alguns povos vizinhos.

História

É muito difícil tratar da história dos hebreus, já que a principal fonte dela são os textos bíblicos, que são antes textos religiosos do que históricos – e ao misturarem-se os fatos com os mitos, é difícil precisar o que de fato aconteceu e quanto aconteceu.

Por volta de 1800 a.C., os hebreus teriam deixado a cidade de Ur em direção à Síria, liderados pelo patriarca Abraão. Mas a História começa a tratar dos hebreus propriamente ditos, em sua identidade frente aos outros semitas, a partir do momento em que se instalam no Egito, graças às invasões dos hicsos – nome genérico dado a uma mistura de povos semitas e sul-asiáticos por volta de 1750 a.C. Assim que o faraó Amósis I restabeleceu a autonomia egípcia em 1580 a.C., os hebreus teriam sido tomados como escravos até 1250 a.C., aproximadamente, quando Moisés os teria libertado, levando-os para a “Terra Prometida”, associada à Palestina ou Canaã. Contudo, teria sido nessa época que os hebreus teriam alterado muitos elementos de sua cultura, sendo a mais importante delas a adoção do monoteísmo. Há duas hipóteses para tanto: a primeira diz que a passagem do politeísmo para o monoteísmo teria ocorrido por conta própria dos hebreus logo após a saída de Ur. Outra diz que a mudança religiosa teria acontecido por influência do faraó Amenófis IV (também chamado de Amenhotep IV), que tentou implantar no Egito uma religião monoteísta a fim de enfraquecer o poder sacerdotal; essa crença teria sido, portanto, incorporada pelos hebreus.

Após vagar por anos em direção à terra de Canaã, finalmente os hebreus a teriam alcançado, para descobrir que muitos outros povos já tomavam conta dela. Josué teria então liderado os hebreus em batalha e assegurado para si um pedaço da região. A partir daí, há evidências de que os hebreus teriam por essa época abandonado o antigo sistema meramente patriarcal, organizando-se em 12 tribos representadas e comandadas por 12 juízes. Entretanto, a desunião dessas 12 tribos e as constantes lutas por Canaã levou os hebreus ao declínio.

Graças à força de lendários reis que então se impuseram, os hebreus não apenas garantiram Canaã para si como conheceram seu período áureo. David tomou Jerusalém como capital de seu reino, e seu filho, Salomão, pôde promover o artesanato e o comércio e manter um reino realmente próspero. Nessa época começou a ser construído o famoso Templo de Jerusalém, onde teria sido depositada a Arca da Aliança – baú dentro do qual estariam as tábuas dos dez mandamentos.

Com a morte de Salomão, em 933 a.C., as tribos se dividiram em dois reinos: as dez tribos do norte formaram o Reino de Israel e as duas do sul, o Reino de Judá. Em 722 a.C. os assírios conquistaram Israel e em 587 a.C. a Babilônia tomou Judá (e com a deportação dos hebreus, iniciou-se o Cativeiro da Babilônia). Com a ascensão da Pérsia, os hebreus conheceram um breve momento de liberdade antes de serem anexados pelos mesmos que os haviam libertado dos dominadores babilônicos. A Palestina inteira ainda seria dominada novamente por Alexandre Magno da Macedônia e por Pompeu de Roma. As diversas conquistas da Terra Prometida levariam os hebreus a se dispersar pelo mundo, em eventos chamados Diásporas. A definitiva delas aconteceu em 135 d.C., sob domínio do Império Romano.

Legado

A mais importante contribuição dos hebreus para a História da humanidade é a literatura. A religiosidade gravada nos livros compilados na Bíblia daria origem a algumas das religiões mais importantes e influentes como o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. A doutrina hebraica é encontrada no Velho Testamento bíblico e no Talmude, que é uma reunião de comentários de rabinos sobre as leis e costumes dos hebreus.

Fenícios

Os fenícios (ou cananeus) eram um povo que habitava o norte da Palestina, na faixa costeira do Mediterrâneo que hoje compreende o Líbano. Diferentemente dos povos civilizadores da Mesopotâmia e do Egito, os fenícios não formaram poderosos reinos baseados na agricultura. Ao contrário de seus vizinhos, não tinham grandes recursos naturais como rios ou extensas faixas de solo fértil. Mas gozavam de madeira em abundância; o cedro era utilizado tanto para a construção de navios como objeto de troca com os reinos circundantes carentes de madeira. Isso caracterizou os fenícios: eram um povo fundamentalmente comerciante e navegador.

Comércio e navegação

Com farta matéria-prima, poucas terras cultiváveis em larga escala e cercado de numerosos e diversos povos e reinos, os fenícios foram propelidos à prática do comércio (e também da navegação, também para comerciar). Com o declínio das potências locais entre os séculos XI e VIII a.C., os fenícios consolidaram seu domínio no Mediterrâneo.

Expansão marítimo-comercial

As principais cidades fenícias (que não constituíram em conjunto um Estado, sendo todas independentes) eram Biblos, Sídon e Tiro. A partir de cidades como essas, os fenícios exploravam o mar Mediterrâneo criando em suas praias entrepostos comerciais que no futuro lhes serviriam de colônias. Essa expansão teria contemplado todo o norte da África, as ilhas mediterrâneas, a Sicília, sul da atual França e península Ibérica. Os fenícios teriam inclusive avançado para o Oceano Atlântico, atingindo a costa oeste africana e mesmo o norte da Europa, nas ilhas britânicas. Desses estabelecimentos, o mais famoso deles foi Cartago, que seria a maior rival da Roma republicana.


Religião e legado

Quanto à religião, os fenícios cultuavam em cada cidade um deus. Baal, Astart e Adon eram alguns dos deuses que, devido à forte presença dos fenícios em todo o Mediterrâneo, foram incorporados por diversas culturas, como, por exemplo, a grega – na qual Astart foi associada como Afrodite e Adon virou Adônis, do mito da fertilidade. Mas a herança mais importante dos fenícios para esses povos foi o alfabeto. Como os hieróglifos egípcios e a linguagem cuneiforme mesopotâmica eram complicados demais, os fenícios – que precisavam de um sistema de escrita prático o bastante para otimizar seu comércio diversificado e destinado a várias culturas – acabaram por criar um alfabeto básico de 22 caracteres, que foi logo assimilado por gregos e romanos, dando início à tradição dos alfabetos ocidentais. Dentre esses, o romano é hoje “oficial” no ocidente.

Hititas e Lídios

A importância desses dois povos historicamente é quase periférica. Seus nomes aparecem como eventos pontuados na história dos povos mesopotâmicos e egípcio, sendo o povo hitita talvez mais recorrente. Não se sabe muito sobre este povo, que apareceu na História quase tão misteriosamente como se foi. Pioneiros no uso do ferro em armas, viraram uma importante força militar que partia da Anatólia (região central da atual Turquia) para a conquista de toda a Palestina e mesmo áreas do Egito. O auge de sua extensão e força foi por volta do século XIV a.C.. A guerra contra o Egito é talvez o mais famoso evento de sua efêmera história. A partir do século XII a.C., o Império Hitita se fragmentaria em diversos Estados neo-hititas, sendo que um deles viria, no futuro, destacar-se dos demais, formando o reino da Lídia. Os dois fatos mais importantes da história da Lídia são o pioneirismo da fabricação de moedas e sua queda para o Império Persa em 546 a.C.; o reino da Lídia era a última barreira entre os persas e os gregos, instalados em colônias na costa da Ásia Menor. O conflito entre ambos desencadearia as Guerras Greco-Pérsicas.

4. O Império Persa

O atual território hoje pertencente ao Irã abrigou na Antigüidade diversos povos. A maioria deles possuía origem ariana, ou indo-européia. Portanto, esses povos teriam a mesma (embora longínqua) raiz étnica dos latinos e gregos.

Essa região, que no geral é planáltica, teve como principais povos os medas e os persas. Não havia, entretanto, um Estado unificado; esses povos permaneceram quanto muito sob um regime federativo entre reinos com distintos graus de independência. Os persas foram vassalos dos medas durante certo tempo, até que Ciro reuniu todos os clãs persas e liderou um levante contra os medas, unindo todos sob seu cetro em 549 a.C.

A expansão de Ciro

Em menos de vinte anos, todo o Antigo Oriente estava subjugado por Ciro. Da antiga Suméria à Babilônia e Nínive. Toda a Mesopotâmia e até a Palestina. Em comparação a outros conquistadores da antiguidade, Ciro era tolerante e benevolente com todos os povos que conquistava, sendo inclusive visto como um libertador pelos hebreus cativos na Babilônia, que receberam permissão para voltar à Canaã. Avançando a oeste, pela Anatólia, Ciro derrotou Creso, rei da Lídia e deu de cara com o mundo grego no litoral da Ásia Menor. Rapidamente torna-se a principal influência dali, dominando a Trácia e a Macedônia e submetendo as colônias gregas da Jônia e das ilhas egéias.

O sucessor de Ciro, Cambises, conquistou as porções mais importantes do Egito em 525 a.C., pondo fim ao período do Renascimento Saíta que, de certa forma, foi o último período de real independência do Egito Antigo. Mas logo Cambises morreria, dando lugar a Dario I, que receberia em suas mãos o maior império já visto até então; o Império Persa, também chamado de Aquemênida.

A organização persa

A relativa estabilidade do Império Persa não era devida somente ao respeito com que se tratava os povos dominados, diminuindo por isso as tensões internas. Os persas se preocuparam bastante com a administração de seus quinhões. Dividiam o vasto império em satrapias, cujos governantes – escolhidos dentre nobres de confiança – eram denominados sátrapas; chefes militares e administrativos, mas não religiosos. Não obstante, todos eles estavam sob fiscalização constante de funcionários subordinados diretamente ao rei (os “olhos e ouvidos do rei”). Os persas estimularam bastante o comércio, facilitado pela invenção trazida da Lídia, a moeda. Com isso, várias rotas e estradas foram criadas e houve a padronização de pesos e medidas. Muitas cidades cresceram também, mas não apenas devido ao comércio, mas em parte ao costume de a Corte mudar-se periodicamente, oferecendo a diferentes cidades a oportunidade de sediarem a capital do Império.

A religião

A Pérsia conheceu, antes mesmo da sua unificação com Ciro, um personagem lendário: Zoroastro (ou Zaratustra). Foi um reformador da religiosidade persa até então, escrevendo no livro Zend-Avesta suas principais convicções. Elas se resumiam num dualismo entre Bem e Mal, representados respectivamente pelos deuses Mazda e Ahriman. Com forte cunho moral, o zoroastrismo pregava a retidão de caráter de seus seguidores; segundo essa doutrina, agindo corretamente as pessoas ajudariam o Bem a vencer o Mal. Também previa que no fim dos tempos, com a vitória derradeira do Bem, todos aqueles alinhados ao Mal seriam exterminados. Diferentemente da Mesopotâmia em geral, os persas não associavam direta e fundamentalmente o Estado à religião.

A forte influência com que o zoroastrismo marcou a Ásia seria espalhada com o domínio persa, sendo que seu dualismo influenciaria mesmo o Cristianismo, que o traduziria na dicotomia Céu-Inferno.

As Guerras Greco-Pérsicas e o declínio do império

Em 499 a.C., as cidades gregas da Jônia revoltam-se contra Dario I buscando restabelecer sua influência nos mares Negro e Egeu. Dario I, aliado a cidades fenícias, revida e dá início às chamadas Guerras Greco-Pérsicas (ou Guerras Médicas – em alusão aos medas). Arregimentando os exércitos mais numerosos já vistos até então, os persas avançaram pela Grécia e chegaram a incendiar Atenas. Contudo, não foram capazes de derrotar a forças das cidades gregas unidas. Depois das derradeiras batalhas de Platéia em terra e no Cabo Mícale em mar, os persas são obrigados a se retirar da Europa. Depois, sofrem sucessivas derrotas para os macedônios, sendo destruídos definitivamente por Alexandre Magno em 330 a.C..


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QUESTÕES

A) Questões objetivas simples.

  1. Tradicionalmente, dizemos que a História começa com o surgimento...

a) da escrita.

b) da roda.

c) das técnicas de navegação.

d) do fogo.

e) da pedra lascada.

  1. A sedentarização foi:

a) o aumento da temperatura que provocou demanda maior por água para suprir a sede dos povos.

b) o processo que culminou com a invenção e o comércio de potes de barro sobre botes que singravam não somente os rios Tigre e Eufrates, mas também a costa do Golfo Pérsico.

c) uma onda de doenças que assolou a Mesopotâmia e que ficaria conhecida na Idade Média como a peste bubônica.

d) o processo no qual os povos nômades gradualmente deixaram de migrar atrás de alimento e estabeleceram-se em locais fixos produzindo o próprio alimento.

e) um período no qual os acadianos estabeleceram a sede de seu governo em Acad.

  1. A Mesopotâmia era uma região visada por muitos povos principalmente porque:

a) por estar entre dois rios muito férteis, propiciava fartos recursos agricultáveis e uma sólida base de subsistência.

b) o rio Tigre, graças à força e a velocidade de suas águas, permitia ataques-surpresa muito eficazes contra os povos da costa do Golfo Pérsico, e em especial, à civilização do Vale do Indo.

c) era a região que, segundo a Bíblia, ficava o Jardim do Éden.

d) os montes Taurus, a oeste dos rios, eram uma base natural para assaltos às ricas regiões da Palestina e do Egito.

e) porque era o único lugar nas redondezas com fontes de água potável.

  1. A criação das primeiras cidades se deu graças a, principalmente:

a) A melhoria da tecnologia militar, percepção das quatro estações, domínio da cerâmica.

b) O domínio da agricultura, pastoreio e da forja do bronze.

c) O domínio da agricultura, comércio e organização estatal.

d) O avanço da astronomia, construção de diques e canais e técnicas de navegação.

e) O surgimento do Estado, domínio do pastoreio e intensa comercialização.

B) Questões subjetivas simples.

  1. Cite duas das principais atividades econômicas dos sumérios.

  1. O que é uma cidade-estado?

  1. Por que os rios Tigres e Eufrates eram importantes?

  1. A guerra era uma realidade nas cidades mesopotâmicas? Por quê?

C) Questões objetivas.

  1. Os sumérios podem ser mais corretamente incluídos nas:

a) civilizações talassocráticas.

b) civilizações de modo de produção escravista.

c) civilizações de regadio.

d) civilizações heróicas.

e) civilizações perdidas.

  1. Qual das opções abaixo contempla melhor as características do Estado nas civilizações mesopotâmicas?

a) Teocrático, republicano e centralizado.

b) Forte, democrático e oligárquico.

c) Teocrático, burocrático e controlador das terras.

d) Forte, controlador das terras e descentralizado.

e) Plutocrático, monárquico e totalitarista.

  1. “Talassocracia” é uma palavra grega construída a partir dos vocábulos thálassa (“mar”) e kratía (“força”, “poder”). A partir desses elementos, é possível dizer que constituíram uma talassocracia os povos:

a) Fenícios

b) Egípcios

c) Assírios

d) Hititas

e) Sumérios

  1. “O episódio bíblico do ‘Cativeiro da Babilônia’ é parte da história dos ___ que foram subjugados pelos ___ e depois libertados pelos ___”. A seqüência que completa os espaços vazios corretamente é a:

a) Caldeus, hebreus, assírios.

b) Hebreus, egípcios, babilônios.

c) Hebreus, babilônios, persas.

d) Babilônios, persas, macedônios.

e) Babilônios, assírios, persas.

D) Questões subjetivas.

  1. (FUVEST) Um historiador afirmou que “os persas substituíram a dominação assíria, fundada no terror, por um regime de ordem, de paz e de administração regular”.

a) Como os persas administravam os territórios ocupados?

b) Como os persas agiam para conseguir uma convivência sem grandes conflitos com os povos vencidos?

  1. (FUVEST) O código de Hamurábi dispunha em um de seus artigos: “Se um homem deixar de reforçar o seu dique, se isto provocar uma ruptura e as águas inundarem os campos, este homem será condenado a restituir o cereal destruído por sua negligência”.

a) A qual civilização pertence esse código?

b) Que relação há entre o dispositivo citado anteriormente e essa mesma civilização?

  1. O que significa “diáspora” na história dos hebreus?

  1. “Para eles [os primeiros povos], tudo dependia, fundamentalmente, da benevolência divina”. Baseando-se nessa assertiva:

a) Qual era a importância da religião no governo dos povos mesopotâmicos?

b) Cite uma diferença entre a religião dos povos mesopotâmicos e do povo hebreu.

c) Cite uma diferença entre a religião dos povos mesopotâmicos e do povo persa.


GLOSSÁRIO

Sentido lato: do latim lato sensu, que significa “sentido amplo”. É o contrário de “sentido estrito” (do latim stricto sensu).

Panificação: a fabricação de pães.

Incipiente: que está no começo; principiante. Não confundir com insipiente, que significa “sem sabedoria” ou “sem conhecimento”.

Suméria ou Sumer (em inglês), é o nome dado à porção de terra que fica próxima ao Golfo Pérsico – que antigamente, na época dos povos sumérios, adentrava mais no continente.

Sedentarização: processo no qual grupos humanos instalam-se em um local definitivo, provendo aí todas as suas necessidades básicas e, portanto, abandonando a prática do nomadismo.

Dique: construção sólida, para represar águas correntes; uma represa ou açude. Também é feito com comportas para controlar o fluxo das águas.

Compulsório: obrigatório.

Tributo: “entregar algo a título de tributo”, ou seja, pagar impostos.

Laico: diz-se laico o governo que não é regido pela religião. Sinônimo: leigo ou secular, secularizado, em oposição a eclesiástico.

Teocracia: sistema de governo em que o poder político se encontra fundamentado no poder religioso, pela encarnação da divindade no governante, como no Egito dos faraós, ou por sua escolha direta, como nas monarquias absolutas.

Sitiar: significa cercar uma cidade, um forte, um castelo, etc. de forma que quem estiver cercado não possa obter recursos de fora. É uma tática usada quando um exército é forte o bastante para derrotar o inimigo, mas não o bastante para penetrar nas defesas de uma cidade, forte ou castelo. Assim, derrota o inimigo fortemente defendido pelo esgotamento de seus recursos.

Estela: um monólito, um bloco de pedra cuja face contém inscrições e figuras.

Falange: uma formação de soldados em várias fileiras, que atacam, defendem-se e recuam sem se dispersar.

Animais de tiro: animais usados para puxar carros e carroças.

Olaria: fábrica de produtos cerâmicos como vasos e louças. É onde trabalha o oleiro.

Belicismo: tendência para a guerra, belicosidade.

Imagético: relacionado às imagens.

Diáspora: vem do grego e significa “dispersão”. É utilizada para nomear eventos nos quais um grupo de pessoas ou um povo sai de seu local de origem, espalhando-se pelo mundo.